A Radiologia Intervencionista é uma especialidade que tem como objetivo realizar operações pelo corpo inteiro com anestesia menos invasiva, menor trauma e tempo de internação. Proporciona resultados semelhantes aos das técnicas convencionais usando os vasos como via de acesso mesmo em áreas onde o bisturi comum não alcança.
O marco da Radiologia Intervencionista foi em 1953, quando um sueco chamado Seldinger descreveu uma técnica de punção arterial que permitiu a manipulação de catéteres sem lesar a parede da artéria, além da injeção de contrastes para a visibilidade de veias e artérias. De lá para cá novos equipamentos, materiais e técnicas surgiram e possibilitaram um avanço impressionante da Radiologia Intervencionista tornando-a fundamental em quase todas as áreas da medicina.
Para leigos a Radiologia Intervencionista pode ser traduzida como uma cirurgia feita por imagens. A especialidade – para você ter ideia, só chegou ao Brasil em 2002 – se popularizou muito nos últimos anos. A Radiologia Intervencionista atua em praticamente todos os órgãos e sistemas do corpo humano e é capaz de tratar doenças graves e substituir cirurgias delicadas que acometem o homem como cânceres, aneurismas, obstruções arteriais, miomas uterinos, infertilidade masculina, hemorragias digestivas e do sistema respiratório, entre outras.
Dr. Henrique Elkis explica que em muitos casos, a Radiologia Intervencionista produz o mesmo resultado que as cirurgias comuns, sendo menos invasiva, sem internações demoradas, cicatrizes e anestesia geral. No mesmo dia da operação, o paciente pode voltar às suas atividades normais.
Nas operações realizadas com a técnica da Radiologia Intervencionista quase não há sangue ou risco de complicações e infecções. O procedimento realizado com a Radiologia Intervencionista começa com um fio-guia, que define a trajetória de todo o procedimento, inserido na artéria do paciente por um furo que varia de 1 milímetro a 5 milímetros. Em seguida, pelo mesmo buraco, passa um cateter.
O profissional capacitado para realizar procedimentos intervencionistas é o Radiologista Intervencionista, que deve ter Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular, ligada ao Colégio Brasileiro de Radiologia.
Confira neste vídeo como é feita a embolizaçao do mioma uterino e a técnica intervencionista aplicada pelo médico especialista.
Mioma na gravidez
A associação entre mioma e gravidez ocorre em aproximadamente 0,13% a 7%.
Nessa situação, o mioma pode determinar gravidez ectópica (quando o óvulo implanta em outro local que não a cavidade uterina), abortamento, parto prematuro, sangramento e dificuldades durante o parto.
Além disso, eles podem aumentar significativamente de tamanho durante a gestação, devido aos altos níveis hormonais.
Cada caso deve ser analisado individualmente, para determinação da necessidade de tratamento.
Tratamento de Mioma
Os miomas uterinos acometem 50% das mulheres em idade reprodutiva. Dessas, a metade é sintomática e, portanto, necessita de tratamento. Os miomas uterinos podem causar problemas como dores, cólicas, sangramento excessivo, prisão de ventre, perda espontânea de urina, aumento do volume abdominal e ainda dificuldade de engravidar ou de manter uma gestação. O não tratamento do problema pode ser devastador para todas as mulheres.
A Radiologia Intervencionista atua de forma decisiva no tratamento dos miomas uterinos. Realizada por especialistas em Radiologia Intervencionista, essa técnica é realizada sob anestesia local através da punção de uma artéria da virilha. Com catéteres de diâmetros finíssimos, entope-se as artérias que irrigam os miomas com pequenas esferas. Sem a chegada de sangue, o mioma morre aos poucos até desaparecer completamente após alguns meses.
Após 2 ou 3 ciclos menstruais, a paciente passa a menstruar normalmente. O período de internação é de 24 horas, não há cortes ou cicatrizes e a paciente pode voltar rapidamente às suas atividades. Além disso a função uterina é mantida e a gravidez pós-embolização é hoje uma realidade.