A hipertensão é uma doença que atinge um grande número de pessoas em todo o mundo. Dados do Ministério da Saúde apontam que a hipertensão arterial é diagnosticada em cerca de 33 milhões de brasileiros. Ainda de acordo com o órgão a proporção de brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial aumentou de 21,6%, em 2006, para 23,3%, em 2010. Já em relação ao ano anterior, o levantamento aponta recuo de 1,1 ponto percentual. Em 2009, a proporção foi de 24,4%.
Já estudos realizados pela Sociedade Brasileira de Hipertensão mostram que a hipertensão arterial é responsável por 80% dos derrames, 40% dos infartos e 25% dos casos de insuficiência renal terminal.
A hipertensão arterial é elevada nos obesos (entre 20% e 40%), diabéticos (30% a 60%), nos negros (entre 20% e 30%) e nos idosos (30% a 50%). A maioria dos indivíduos (95%) tem hipertensão arterial chamada de essencial ou primária (sem causa) e 5% têm hipertensão arterial secundária, que apresenta uma causa bem definida.
Pressão alta
A hipertensão arterial (HTA), hipertensão arterial sistêmica (HAS) conhecida popularmente como pressão alta é uma das doenças com maior prevalência no mundo moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial, aferida com esfigmomanômetro (aparelho de pressão) ou tensiômetro, tendo como causas a hereditariedade, a obesidade, o sedentarismo, o alcoolismo, o estresse, o fumo e outras causas.
Qual a causa da hipertensão arterial?
A hipertensão arterial ocorre quando a pressão feita pelo sangue na parede das artérias é muito forte. Esse movimento sobrecarrega órgãos como o coração, os rins e o cérebro. Quem não trata a hipertensão pode ter entupimento de artérias, acidente vascular cerebral (AVC) e infarte, entre outros problemas. A maioria dos casos de pressão alta não tem suas causas definidas e é chamada de hipertensão arterial essencial ou primária. Já os demais casos são decorrentes de doenças renais, tumorais, estreitamento de artérias ou alterações hormonais.Quando a pessoa pode ser diagnosticada com hipertensão arterial?
Para uma pessoa ser diagnosticada com hipertensão arterial sua pressão arterial deverá ser igual ou superior a 14 por 9.
Como diagnosticar a hipertensão arterial?
Por ser uma doença que na maioria dos casos não apresenta sintomas, o controle clínico regular é a melhor forma de diagnosticar a hipertensão arterial. Dr. Henrique Elkis aconselha a visita anual a um médico, seja ele clínico geral ou especialista em radiologista intervencionista, para ser diagnosticado. O profissional de saúde se certificará se a pressão arterial do paciente está dentro dos limites considerados normais.
Quais são os sintomas da hipertensão arterial?
Na maioria dos casos a hipertensão arterial é assintomática, ou seja, não apresenta sintomas, até nas fases avançadas. Muitos pacientes são diagnosticados somente após um infarto do miocárdio ou um acidente vascular cerebral (AVC), motivo pelo qual os médicos se referem à hipertensão como “assassina silenciosa”.
Um dos grandes erros dos hipertensos é achar que a pressão está alta ou normal baseados em sintomas como dor de cabeça, cansaço, dor no pescoço ou nos olhos, sensação de peso nas pernas ou palpitações. Quem já recebeu o diagnóstico de hipertensão arterial deve medir sua pressão com frequência. Já os que não são hipertensos, mas têm históricos da doença na família, também devem conferir a pressão arterial periodicamente.
Como controlar a hipertensão arterial?
Para controlar a hipertensão arterial o paciente deve manter uma alimentação equilibrada com pouco sal, controlar o peso, diminuir o ritmo das atividades no dia-a-dia, praticar atividades físicas regularmente, evitar o consumo frequente e excessivo de bebidas alcoólicas, parar de fumar (cigarro, charuto e cachimbo) e controlar o stress.
Em que idade a hipertensão arterial é mais comum?
Segundo o Ministério da Saúde, metade dos brasileiros com mais de 55 anos de idade tem hipertensão e quanto mais a população vai envelhecendo, o risco de desenvolver hipertensão arterial aumenta. Na faixa acima de 65 anos de idade, 60,2% dos brasileiros têm a doença. Já a incidência da hipertensão arterial entre os jovens é bem menor – entre 18 e 24 anos de idade, somente 8% foram diagnosticados com hipertensão arterial.
Quais são os fatores de risco da hipertensão arterial?
De acordo com o Ministério da Saúde, 35% da população acima de 40 anos tem hipertensão arterial, o que totaliza mais de 17 milhões de brasileiros. Os fatores de risco da hipertensão arterial aumentam as chances de um indivíduo desenvolver pressão alta, mas nenhum dos fatores listados abaixo podem sozinhos causar a hipertensão arterial. As pessoas com maior propensão a desenvolver hipertensão arterial são:
– Consumo excessivo de sal: pessoas que ingerem mais de 6 gramas de sal por dia (ou 2,3 gramas de sódio) têm maior risco de desenvolverem hipertensão arterial. Exemplos de alimentos ricos em sal: sal de cozinha e temperos industrializados, alimentos industrializados (ketchup, mostarda, molho shoyu, caldos concentrados), embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, salame), conservas (picles, azeitona, aspargo, palmito), enlatados (extrato de tomate, milho, ervilha), bacalhau, carne seca, defumados, aditivos (glutamato monossódico) utilizados em alguns condimentos e sopas de pacote e queijos em geral, entre outros.
– Excesso de peso: pessoas obesas (IMC maior que 30) têm até seis vezes mais chances de apresentarem hipertensão arterial se comparado a pessoas com IMC abaixo de 25. Outro fator de risco importante é o tamanho da circunferência abdominal. Dicas de dieta balanceada: aumento do conteúdo de fibras (grãos, frutas, cereais integrais, hortaliças e legumes, preferencialmente crus), prepare as carnes de aves sem a pele e as de peixes sem o couro, retire a gordura visível das carnes vermelhas, evite o uso de gorduras saturadas no preparo dos alimentos, dê preferência aos produtos desnatados e às margarinas cremosas, entre outros.
– Consumo de bebida alcoólica com frequência ou em excesso: pessoas que consomem diariamente mais de dois copos de vinho ou de cerveja, ou o equivalente em álcool de qualquer outra bebida, têm o dobro de risco de desenvolverem hipertensão arterial. Já quem consome moderadamente álcool, não sofre com os efeitos maléficos sobre a hipertensão arterial.
– Afrodescendentes: os motivos da maior incidência da hipertensão arterial em pessoas desta raça ainda são desconhecidas, mas o fato é que elas também desenvolvem a hipertensão arterial mais cedo e a doença costuma causar ainda mais complicações. Alguns dos motivos pode ser fatores genéticos e econômicos.
– Histórico familiar: as pessoas com pelo menos um parente de primeiro grau com diagnóstico de hipertensão arterial têm duas vezes mais chances de desenvolver pressão alta quando comparado com pessoas sem histórico familiar.
– Idade: a hipertensão arterial atinge com mais incidência as pessoas mais velhas. Com o passar dos anos os vasos sanguíneos sofrem um processo chamado de arteriosclerose – endurecimento da parede das artérias – fazendo com que percam a elasticidade e a capacidade de se acomodarem de acordo com as variações da hipertensão arterial.
– Colesterol alto: o colesterol elevado aumenta o depósito de gorduras nas artérias, que eleva os riscos da hipertensão arterial. Esse processo é chamado de aterosclerose.
– Sedentarismo: a falta da prática de atividades físicas – praticar exercícios físicos aeróbios por um período de 30 a 45 minutos por dia, três a cinco vezes por semana é um bom começo – diminui os níveis de adrenalina, que motivam a constrição das artérias, e aumentam a liberação de endorfinas e óxido nítrico, causando a vasodilatação. O sedentarismo contribui ainda para o excesso de peso e o aumento do colesterol.
– Tabagismo: o cigarro gera aumento imediato da pressão arterial por ação vasoconstritora da nicotina e acelera o mecanismo de arteriosclerose, deixando os vasos rígidos.
– Anticoncepcionais orais: a pílula anticoncepcional em algumas mulheres, principalmente as fumantes com mais de 25 anos, pode elevar os riscos de desenvolverem hipertensão arterial.
Hipertensão arterial atinge mais homens ou mulheres?
De acordo com pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, a maior incidência de hipertensão arterial acomete 25,5% das mulheres e 20,7% dos homens. Nos homens, as maiores frequências da hipertensão arterial foram observadas no Distrito Federal (28,8%), Belo Horizonte (25,1%), e Recife (23,6%). Entre mulheres, os maiores percentuais de hipertensão arterial foram constatados no Rio de Janeiro (33,9%), Porto Alegre (29,5%) e João Pessoa (28,7%).
Quais os riscos de não tratar a hipertensão arterial
Caso não seja tratada adequadamente, a hipertensão arterial pode gerar uma série de problemas graves, como maior risco de derrame cerebral do tipo isquêmico ou hemorrágico, arritmias, insuficiência cardíaca, hipertrofia miocárdia (aumento do coração), infarto, insuficiência renal, aceleração do processo de aterosclerose e alterações vasculares que comprometem a visão.
Como posso prevenir a Hipertensão arterial?
Para prevenir a hipertensão arterial é importante manter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas e controlar o estresse.
Por que aumentaram os casos de hipertensão arterial nos últimos anos?
O aumento da prevalência de hipertensão arterial é atribuído a má alimentação, falta de atividade física e ao estresse. O envelhecimento da população também contribui com o aumento da prevalência dessa doença. Já os fatores genéticos também devem ser considerados.
O que é a hipertensão primária?
A hipertensão primária é a razão da pressão alta em 95% dos pacientes. Sabe-se que a hipertensão primária origina-se de fatores genéticos e de hábitos de vida. A elevação da pressão arterial na fase da hipertensão primária é causada pelo aumento de absorção de sal pelos rins e pela perda de elasticidade das artérias, entre outras. A doença surge gradativamente e piora ao longo dos anos.
O que é a hipertensão arterial sistêmica?
A hipertensão arterial sistêmica é uma doença crônica e precisa ser tratada e controlada, pois pode levar a complicações que podem atingir outros órgãos e sistemas, como infartos, hemorragia e encefalopatia hipertensiva, cardiopatia isquêmica (angina), insuficiência cardíaca, aumento do coração, entre outras.
Quais são os níveis de hipertensão arterial?
Os níveis da pressão arterial são estabelecidos no centro circulatório, que está situado numa parte do cérebro e adapta-se a cada situação através de mensagens enviadas aos centros nervosos. Atinge o seu valor máximo (pressão sanguínea sistólica), durante a “expulsão” do sangue (sístole) e o seu mínimo (pressão arterial diastólica), quando o coração termina o “período de repouso” (diástole).
Considera-se normal quando a pressão arterial sistólica não ultrapassar a 130 e a diastólica for inferior a 85 mmHg.
SISTÓLICA DIASTÓLICA NÍVEL
130 85 Normal
130-139 85- 89 Normal limítrofe
140 -159 90 – 99 Hipertensão leve
160-179 100-109 Hipertensão moderada
> 179 >109 Hipertensão grave
> 140 >90 Hipertensão sistólica ou máxima
Recomendação médica:
Dr. Henrique Elkis explica que é imprescindível que o paciente tenha orientação médica para esclarecer todas as suas dúvidas para facilitar na escolha do melhor tratamento junto com o seu médico.