Não, mioma não é um câncer. Mioma é um tumor benigno que pode ser tratado. Ainda não se sabe com exatidão por que os miomas aparecem. Sabe-se que tem influência genética e hormonal e somente em apenas 0,5% dos casos o mioma se transforma em câncer.
Toda mulher conhece alguém que tem mioma. Coincidência? Infelizmente, não. O problema é mais comum do que muitos pensam: acredita-se que metade da população feminina tem ou vai ter um dia, principalmente a partir dos 30 anos. Entre as mulheres de pele negra, o risco de desenvolvê-lo é de três a cinco vezes maior do que entre as mulheres da raça branca.
Mioma X Câncer
Mesmo o mioma não sendo um tumor maligno, existe a possibilidade de virar um leiomiossarcoma (tumor maligno).
Por essa razão, é essencial que a mulher faça acompanhamento médico constante após descoberto o problema.
Felizmente, a ocorrência desse tipo de mioma é muito baixa, menor do que 1% (de 0,3 a 0,5%).
Não se sabe com exatidão por que os miomas aparecem. Sabe-se que tem influência genética e hormonal. O mioma é composto exatamente pelo mesmo tecido do útero, sendo apenas uma lesão mais densa.
O tamanho do mioma pode variar desde muito pequeno podendo chegar a uma grande formação que simula uma gravidez de cinco ou seis meses. Dependendo da sua localização, o mioma agrupa-se em três tipos:
1- Mioma subseroso: localiza-se na porção mais externa do útero e geralmente cresce para fora. Este tipo de mioma geralmente não afeta o fluxo menstrual, porém, pode tornar-se desconfortável pelo seu tamanho e pressão sobre outros órgãos da pelve.
2- Mioma intramural: cresce no interior da parede uterina e se expande fazendo com que o útero aumente seu tamanho acima do normal. É o tipo de mioma mais comum e geralmente provoca um intenso fluxo menstrual, dor pélvica ou sensação de peso.
3- Mioma submucoso: localiza-se mais profundamente, abaixo da capa que reveste a cavidade uterina. É o mioma menos comum, provoca intensos e prolongados períodos menstruais.
Grande parte das portadoras de mioma não apresenta sintomas e até consegue conviver pacificamente com seus nódulos, sem qualquer prejuízo. Por essa razão, de acordo com Dr. Henrique Elkis, a realização periódica de exames preventivos é importante, pois o mioma pode “despertar” de uma hora para outra, ocasionando transtornos.
Dentre os sintomas, os mais comuns são sangramentos ou dores pélvicas. Frequentemente as pacientes têm sangramentos menstruais aumentados ou hemorragias súbitas e volumosas, que podem levar a quadros anêmicos e até a necessidade de transfusões sanguíneas. Outras vezes, as dores pélvicas são oriundas da compressão que o tumor comprime aos órgãos vizinhos, como o reto e a bexiga.
O que é um tumor benigno?
Um tumor benigno, também chamado de neoplasma ou neoplasia, é uma alteração celular que provoca o aumento anormal dos tecidos corporais envolvidos. É considerado benigno quando é bem delimitado, de crescimento lento; e também não reincide após sua remoção, e nem se espalha. O tumor benigno é constituído por células semelhantes às que o originou.
O que é um tumor maligno?
O tumor maligno infiltra as células adjacentes, tem crescimento rápido, e pode reincidir e se espalhar pelo organismo, atacando outros órgãos, por via linfática ou sanguínea: a metástase. Dr. Henrique Elkis explica que o mioma não é esse tipo de tumor maligno.
O mioma pode se transformar em tumor maligno (câncer)?
Mesmo o mioma não sendo um tumor maligno, existe a possibilidade de virar um leiomiossarcoma (tumor maligno).
Por essa razão, é essencial que a mulher faça acompanhamento médico constante após descoberto o problema. Felizmente, a ocorrência desse tipo de mioma é muito baixa, menor do que 1% (de 0,3 a 0,5%).
Quais são os problemas ocasionados pelo mioma?
Apesar de benigno, o mioma pode trazer complicações à gravidez ou mesmo infertilidade. Como o local em que o bebê se desenvolve é na cavidade endometrial, se existir um tumor nessa região ele pode ser a causa de um aborto ou parto prematuro. Portanto, é importante a observação, nesses casos, do tamanho e quantidade desses miomas.
Quais são os tratamentos do mioma?
Os tipos de tratamento do mioma são: clínico, cirúrgico e intervencionista.
Tratamento clínico – é baseado na administração de hormônios, sejam eles orais, injetáveis ou de implante subcutâneo. Sabe-se que o mioma se “alimenta” de hormônios e quando administra-se inibidores o mioma tende a reduzir sua atividade, diminuir de tamanho e minimizar seus sintomas. O problema é que o uso prolongado de hormônios têm seus efeitos nocivos. Além disso, quando se suspende a medicação os miomas voltam a crescer rapidamente e os sintomas voltam ainda mais fortes.
Tratamento cirúrgico baseado em dois procedimentos:
Cirurgia de miomectomia: a miomectomia é a retirada cirúrgica do mioma, que pode ser feito por um corte na barriga ou por videolaparoscopia. Apesar de ser uma técnica muito bem feita pelos ginecologistas, 1 a cada 3 mulheres não conseguem engravidar após a miomectomia, e como complicações observamos lesões de bexiga, intestino e ureter e as transfusões sanguíneas não são incomuns.
Cirurgia de histerectomia: a histerectomia é a retirada cirúrgica do útero. Quando se trata de uma doença benigna como a miomatose, a retirada de um órgão viável é algo que não concordamos. O útero além de sua função reprodutiva tem um papel na feminilidade, funções hormonais e é fundamental para o organismo feminino. São frequentes as queixas de mulheres que ficam anorgasmicas (um transtorno que impede que a mulher tenha um orgasmo após a histerectomia). No Brasil são realizadas cerca de 200 mil histerectomias por ano, muitas delas por miomatose uterina, situação que deve ser evitada a qualquer custo.
Tratamento intervencionista: A embolização uterina é a mais inovadora técnica para o tratamento do mioma. A embolização uterina é realizada por especialistas em Radiologia Intervencionista. Como o mioma é “alimentado” por sangue, o corte desse suprimento leva à morte dos tumores. A técnica da embolização uterina é realizada sob anestesia local através da punção de uma artéria da virilha e, com catéteres muito finos, “entope-se” as artérias que irrigam o mioma com pequenas esferas.
RECUPERAÇÃO: Após dois ou três ciclos menstruais, a paciente passa a menstruar normalmente. O período de internação é de 24 horas, não há cortes ou cicatrizes, e a paciente pode voltar rapidamente às suas atividades. Além disso, a função uterina é mantida e a gravidez pós-embolização uterina é hoje um fato.
Destes tratamentos citados acima, qual é o melhor e por quê?
Sem dúvida a embolização uterina é o melhor tratamento do mioma, por ser uma técnica minimamente invasiva e eficaz para resolver os problemas desconfortáveis causados pelo mioma. A embolização uterina é uma alternativa de tratamento que adquire maior importância em mulheres que desejam preservar o seu útero ou naquelas que desejam retomar as suas atividades rapidamente após o tratamento.
Quais as alterações causadas pelo mioma?
Os miomas podem apresentar algumas alterações. Entre elas podemos destacar, as degenerações: hialina, cística, mucóide, vermelha, gordurosa, calcificação e a degeneração sarcomatosa que é a degeneração maligna dos miomas.
A degeneração vermelha, também conhecida como degeneração carnosa é mais comum no período da gravidez e ocorre com mais freqüência nos miomas intramurais. É uma degeneração que pode levar à ruptura com sangramento e choque, constituindo um quadro bastante dramático.
A calcificação ocorre após necrose do mioma, degeneração gordurosa e nas pacientes na menopausa. Eles podem ser vistos no ultra-som e no RX, sendo um motivo de grande angústia para as pacientes que muitas vezes julgam tratar de malignização, porém esta é uma degeneração benigna dos miomas, não devendo ser motivo de preocupação, lembra.
A degeneração sarcomatosa é a degeneração malígna do mioma (câncer), no entanto, sua ocorrência é bastante baixa, chegando apenas a 0,5% dos casos. Devido a isso, os ginecologistas avaliam que a possibilidade de o mioma virar um câncer deve ser muito bem analisada antes se indicar a cirurgia dos miomas.
O diagnóstico do mioma é feito através de um exame físico pelo ginecologista e se for necessario ele irá solicitar alguns exames por imagem como a ultra-sonografia, RX, histeroscopia, curetagem, laparoscopia e toque sob anestesia.
Nestas situações poderá ser indicado o tratamento cirúrgico ou a embolização dos miomas apenas quando são sintomáticos, o que ocorre aproximadamente em 50% dos casos ou em pacientes jovens assintomáticas e que apresentam crescimento rápido dos miomas.
As maiores causas de indicação de remoção cirúrgica ou embolização dos miomas são devido ao sangramento uterino anormal, infertilidade e dor pélvica.
O mioma uterino é uma doença bastante comum e que deve ser tratada de maneira consciente, evitando com isso a realização de cirurgias desnecessárias.
Recomendações:
Dr. Henrique Elkis recomenda a visita ao médico pelo menos duas vezes ao ano e ao sinal de qualquer alteração, as providências devem ser tomadas imediatamente. O especialista ressalta que o mioma é uma doença comum e deve ser tratado de maneira consciente.
Fontes Bibliográficas
Ministério da Saúde