Acredita-se que uma em cada 50 pessoas tem um aneurisma cerebral, uma dilatação anormal da parede da artéria que surge sem sinais e pode permanecer a vida toda sem ser percebido.
“O sintoma só ocorrerá no caso de distensão intensa ou ruptura do vaso, que provocará uma hemorragia”, explicam especialistas. Segundo estimativas, apenas 20% dos aneurismas intracranianos irão, em algum momento, sofrer ruptura.
Quando isso acontece, quase 50% dos pacientes morrem antes de chegar a um pronto atendimento ou nos primeiros 30 dias após o episódio. Dos que sobrevivem, metade terá que conviver com algum deficit neurológico permanente.
Problemas de saúde crônicos, como pressão alta e tabagismo, potencializam o perigo. “Isso acontece porque ajudam a enfraquecer ainda mais a parede do vaso”, salienta o especialista.
Mulheres
Existe a constatação de que a incidência é ligeiramente maior em mulheres do que em homens. “Até o momento, não há explicação científica para este fato”, afirmam especialistas. E, embora o distúrbio possa acometer até bebês no útero, o mais comum é que apareça na quinta década de vida.
Algumas pessoas apresentam uma tendência aumentada para a ocorrência e para as complicações referentes ao problema. Nessa lista, além das mulheres, estão aqueles com familiares que sofreram com aneurisma (risco genético familiar), fumantes, hipertensos não controlados, alcoólatras, portadores de doenças do colágeno, de rins policísticos e de aterosclerose nos vasos, conforme explica especialista.
“O cigarro destrói as fibras de colágeno, que são fundamentais para conferir maior resistência à parede da artéria. O segundo maior fator de risco é a pressão arterial sem controle, já que a pressão alta distende a parede já frágil do vaso”, completa o especialista.
Sem prevenção
“Infelizmente, o aneurisma não pode ser prevenido com medidas do dia a dia”, diz especialista. Ele enfatiza que o fator genético é o maior determinante para o distúrbio.
“Resta à atenção ao histórico familiar, a dores de padrão súbito e intenso e à presença de doenças associadas, como o rim policístico. Para tais pacientes, a descoberta em fase assintomática permite o tratamento preventivo para evitar o rompimento durante a vida”, afirma especialista.
De qualquer forma, ele recomenda manter vigilância sobre a pressão arterial e reforça que o ideal é evitar excesso de álcool e cigarro, ter uma boa alimentação, fazer exercícios físicos e dar atenção ao diabetes e colesterol.
Tratamento
Classicamente, há dois tipos de terapia para os aneurismas cerebrais: cirurgia aberta e embolização por meio de cateterismo. Entretanto, existem alguns pacientes que só podem ser tratados com a primeira opção. Nas operações tradicionais, é feita uma grande incisão no couro cabeludo com abertura do crânio. E, então, uma espécie de clipe isola o aneurisma, impedindo a hemorragia.
Fonte: UOl/Saúde